Deborá Evangelista

Minhas vivências com o Museu Comunitário 13 de Maio

Conheci o Museu  Comunitário 13 de maio de 2006, quando ainda mora em Santa Rosa. Na oportunidade estamos organizando a 1º Semana Afro-brasileira de Santa Rosa e entre as diversas atividades queríamos uma palestra diferenciada e buscávamos por lideranças negras no Estado. Nessa busca encontramos o Museu 13 de maio como referência em movimento negro no interior do Rio Grande do Sul. Nossa demanda foi aceita e o Professor e Arqueólogo João Heitor Silva Macedo um dos fundadores e Diretor do Museu Comunitário Treze de Maio se deslocou a Santa Rosa para proferir a palestra.


Em 2010 quando me transferi para Santa Maria e estava ministrando a disciplina de “Patrimônio Cultural” fui procurar o Museu para que meus alunos conhecessem a riqueza daquele espaço. A Prof. Giane Escobar nos recebeu numa noite agradável e memorável, especialmente para muitos alunos que se lembravam das histórias contatas sobre os bailes e festas do antigo Clube 13 de Maio.


Para minha surpresa e alegria em 2012 foi agraciada com a comenda Luiza Mahin, honraria atribuída pelo Museu 13 de maio a personalidades negras do município. Confesso que não me sentia merecedora de tal graça porque fazer palestra contra o racismo e buscar uma sociedade mais igualitária é inerente a qualquer pessoa que nasça com a pele negra como a minha. Mas, por outro lado ter o reconhecimento de uma entidade tão tradicional, que muito fazia pela valorização da nossa negritude era extraordinário. Os meus pares, a minha gente, o movimento negro organizado me concedeu uma comenda, e por isso seu significado pra mim é gigante!


Em 2013 participei da exposição “Olhares Negros”, que retratou mulheres e homens negros, evidenciando o seu protagonismo, suas trajetórias de vida, o trabalho e, principalmente, as múltiplas formas de resistência negra na cidade de Santa Maria.


Hoje participo do COMPIR Conselho de Promoção de Igualdade Racial ocupando uma cadeira que representa do Movimento Negro por indicação do Museu 13 de Maio, ou seja, apesar de não participar da diretoria, das decisões e atividades do Museu, me sinto pertencentes a este espaço tão importante para nossa comunidade negra.


A todo momento nos deparamos com a presença do Museu Comunitário 13 de maio, seja pela ligação direta, seja pela memória que lembra grandes momentos e atividades realizadas ao longo da sua história. Por isso, celebrar os 20 anos do Museu Comunitários 13 de Maio e os 120 anos da Sociedade Cultural Ferroviária 13 de Maio é fazer um mergulho nas nossas raízes, na nossa caminhada enquanto movimento negro.


Venha conhecer a nossa identidade negra, participe das atividades, no dia 13 de maio o Museu estará aberto o dia todo. Ao meio-dia teremos uma deliciosa feijoada (R$30,00); o Encontro de Mulheres Negras e Antirracistas do Comitê Igualdade do Grupo Mulheres do Brasil e o Encontro dos participantes do Viva Ubuntu da TV Santa Maria.


Vem participar!!!


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